Lô Borges Lô Borges - Dois Rios

O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão

O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos

Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
O que a voz da vida vem dizer

Que os braços sentem
E os olhos veem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

O Sol é o pé e a mão
O Sol é a mãe e o pai
Dissolve a escuridão

O Sol se põe, se vai
E após se pôr
O Sol renasce no Japão

Eu vi também
Só pra poder entender
Na voz a vida ouvi dizer

Que os braços sentem
E os olhos veem
E os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

E o meu lugar é esse
Ao lado seu, no corpo inteiro
Dou o meu lugar, pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite, as quatro estações

Que os braços sentem
E os olhos veem
E os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão

O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos

Como eu fiz também
Só pra poder conhecer
Tudo que a voz da vida vem dizer

Que os braços sentem
E os olhos veem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção

E o meu lugar é esse
Ao lado seu, no corpo inteiro
Dou o meu lugar, pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite, as quatro estações

Que os braços sentem
E os olhos veem
Que os lábios sejam
Dois rios inteiros
Sem direção

Que os braços sentem
E os olhos veem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção